A FPLP:40 ANOS DE CONSECUENCIA


Traducción: PCPG

Fai 40 anos, o 11 de decembro de 1967, o Dr. George Habash e un importante grupo de loitadores palestinos fundan a Fronte Popular para a Liberación de Palestina.

A Fronte Popular para a Liberación de Palestina FPLP, é a agrupación máis importante e influente da esquerda palestina e ten forte arraigamento entre as intelectuais e os sectores democráticos, progresistas e laicos da sociedade palestina.

A pesar da forte represión israelí, tense mantido forte. No 2001, foi asasinado o seu Secretario Xeral Abu Ali Mustafa. Un mísil israelí lanzado ao seu lugar de traballo en Ramala acabou coa súa vida. O actual e electo Secretario Xeral e outros altos dirixentes da FPLP atópanse ilegalmente presos polos israelís. Ahmad Saadat, deputado electo e Secretario Xeral do FPLP, foi secuestrado desde Xericó polos militares israelís en marzo de 2006.

Nas ultimas eleccións municipais o FPLP tivo bos resultados. Hoxe ten varias alcaldías entre as cales salientan as cidades mais importantes de Palestina como son Belén con Víctor Batarse e Ramala con Jeanette Khuory, ambolos-dous da FPLP.

Nas recentes alecciones, e dada a forte polarización entre Hamas e Al Fatah que xerou a última elección de parlamentarios, a campaña centrouse intensamente nos temas do Fundamentalismo, Corrupción, Trafico de Influencias e a escaseza de recursos..., o que afectou fortemente o FPLP, que só acadou a elixir a 3 parlamentarios.

Mais hoxe, mais que nunca, son necesarias forzas honestas e consecuentes para a estabilidade e persistencia do movemento nacional de liberación do povo palestino, tendo en conta a triste e nefasta polarización que sofre a sociedade palestina e o aumento do nivel de represión por parte das tropas de ocupación. A presenza do FPLP na area palestina foi un factor de importancia para manter as esperanzas de liberdade e independencia fronte aos tristes espectáculos dalgúns grupos en pugna.

En todos os recunchos de Palestina, leváronse a cabo as celebracións. En Gaza e perante máis de 20 mil adherentes, os líderes da FPLP renovaron os seus compromisos pola liberdade e o absoluto respecto aos dereitos Humanos. Pola súa vez, condenaron a intervención militar de Hamas para se apoderar do control de Gaza, chamando a este movemento a deixar sen efecto estas accións e retomar o dialogo civilizado, como única maneira para resolver os conflitos internos.

En Ramalla, miles de simpatizantes marcharon a partir do centro desta capital ata a veciña cidade de Ao Bireh con bandeiras, pancartas e lenzos chamando á unidade nacional, ao dialogo e ao respecto ás liberdades e os dereitos Humanos.

En todas as cidades e povos de Palestina, lévanse a cabo actos para celebrar este 40º Aniversario da fundación da Fronte Popular para a Liberación de Palestina – FPLP. [Voltar ao inicio desta nova]

ÁFRICA, A PILHAGEM DOS RECURSOS NATURAIS

Luís Vicente*

Odiario.info (Portugal)

A divulgação dos preparativos da Cimeira União Europeia-África está prenhe de manobras de diversão.

Procura esconder-se que os verdadeiros problemas e os principais responsáveis pela violação dos direitos humanos e ambientais em África: os imperialismos norte-americano e europeu. “O continente africano reflecte claramente os efeitos da exploração capitalista (...) que absorve toda a riqueza natural do continente, deixando milhões de pessoas à mercê de uma morte lenta e agonizante, mostrando que o capital, através dos seus agentes imperialistas, é o responsável pelos mais hediondos crimes contra a humanidade”

A África integra 17% do coberto florestal do Mundo. Nos últimos doze anos 52,6 milhões de hectares de floresta foram convertidos em deserto a um ritmo mais rápido do que em qualquer outro ponto do Planeta.

A desertificação, que afecta 46% do continente e 485 milhões de seus habitantes, leva à desestabilização das bacias hidrográficas e do clima, e às consequentes secas e inundações.

É de notar que as florestas desempenham um importante papel como sorvedouros de dióxido de carbono, e portanto a sua destruição leva ao aumento do efeito de estufa.

E o capital, ávido de lucros rápidos, promove a desertificação à custa da exploração desenfreada dos recursos naturais de África, com consequências catastróficas para a imensa biodiversidade.

A biodiversidade, a qual sustenta a estabilidade da vida na Terra, é também fonte de produção de medicamentos, alimentos e outros produtos – são recursos biológicos.

Consequentemente, na sua insustentável relação com a Natureza, o capital promove os maiores dramas humanitários do Planeta, porque a exploração das Natureza é também a exploração das pessoas.

Vejam-se apenas dois exemplos paradigmáticos. Um do passado recente no Ruanda, e um bem presente, o dos Maasai no Quénia.

Há bem poucos anos, em 1994 o genocídio no Ruanda estava na ordem do dia. Os media ocidentais, alimentados pelos centros de diversão ideológica do imperialismo, avançavam explicações atabalhoadas que interpretavam os acontecimentos de então como mais uma rivalidade étnica levada às suas últimas consequências, reflectindo instintos tribais, de base genética, associados a uma outra causa “enraizada no ambiente e na demografia”. Tentava-se explicar que o crescimento demográfico ultrapassara a capacidade produtiva da terra e então, “os soldados adolescentes Hutus e Tutsis ter-se-iam dedicado a resolver o problema populacional da maneira mais directa possível”.

Significativamente, ignoravam-se dados fundamentais. Ignorava-se que Hutus e Tutsis sempre se casaram entre si, não havendo qualquer distinção biológica entre eles. Que os colonialistas europeus arbitrariamente tinham criado uma distinção étnica, e usado a minoria Tutsi para, indirectamente, impor o seu domínio sobre os Hutus. Ninguém estava interessado em referir que o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial impunham reformas agrícolas e financeiras que alteravam o uso secular da terra, no sentido de transformar uma agricultura tradicional de subsistência numa agricultura subjugada às regras de mercado capitalistas, com sobrevalorização da produção de café para exportação. Enfim, ignorava-se o que está mais que demonstrado, ou seja que a fome e a guerra em África resultam do imperialismo e não da sobrepopulação. Estados Unidos e França, em conformidade com os seus interesses, armaram e apoiaram as diferentes facções do Ruanda.

Atribuíam-se à natureza humana e à sobrepopulação as culpas do genocídio, absolvendo o capitalismo.

O segundo exemplo tem a ver com a situação presente dos Maasai no Quénia.

O governo queniano, aconselhado pelos seus amigos imperialistas, monta uma gigantesca fraude onde se mistura num cozinhado complicado o imperativo de redução da dívida externa com a urgência em conservar a Natureza.

No Parque Nacional de Amboseli, o qual integra os principais recursos aquíferos dos nómadas Maasai em época de seca, expulsa os povos que tradicionalmente dependem desses recursos sob a tola desculpa da incompatibilidade entre a conservação da Natureza e o uso milenar que dela fazem os povos indígenas. Marginaliza os Maasai para as regiões mais desérticas e oferece o espaço agora “livre” a essa nova oportunidade de negócio que é o turismo de Natureza.

Esses marginalizados, tradicionalmente nómadas e dependentes da transumância, são então divididos em dois grupos. A um é proposta a sedentarização, sendo aliciado com títulos de propriedade e novas riquezas, para que se dedique à agricultura intensiva de acordo com os interesses de acumulação capitalista. Aos outros oferece o deserto, a escassez e a fome, gerando assim a conflitualidade com os primeiros... nada de muito diferente daquilo que o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial impuseram no Ruanda... ver-se-ão os resultados.

Estes, são exemplos iguais a tantos outros, do que se vai passando em África sob o jugo imperial do capitalismo internacional. Normalmente é a avidez do saque dos recursos naturais, outras vezes a simples necessidade de afirmação imperial.

Mas muitos outros dramas subsistem, como o gerado pelo domínio territorial de Marrocos sobre a República Árabe Saharaui Democrática, ou o que se agudiza cada vez mais no Darfur, com contornos gravíssimos de limpeza étnica... e, como pano de fundo destas histórias, temos sempre a pilhagem imperialista dos recursos naturais.

É significativo o facto de George W. Bush considerar Salan Abdallah Gosh um “aliado estreito” no Sudão. Não por ser um homem de paz, que não é, mas por dar informações sobre a Al Qaeda e, principalmente, por ter prometido conceder às empresas norte-americanas os seus campos petrolíferos.

Os E.U.A. “denunciam” os Janjaweed, milícia super-equipada ligada ao governo, como se fossem apenas "tribais descontrolados e selvagens". Esta milícia "selvagem", no entanto, possui equipamento de alta tecnologia, como helicópteros e aviões. Isso demonstra claramente que por detrás deste conflito estão os interesses da “democracia” imperialista.

Além dos EUA, a França e a China também têm demonstrado interesse no petróleo sudanês.

O Caso do Darfur é assim paradigmático. Torna-se necessário e urgente lançar um alerta para os riscos eminentes decorrentes de uma intervenção militar imperial da União Europeia, a qual de inocente nada tem.

Noventa e cinco por cento das armas usadas no continente africano têm origem norte-americana e europeia. A situação de guerra permanente faz com que milhões de pessoas sofram as consequências da ganância dos que enriquecem à custa da sua miséria.

Em 15 anos, pelo menos 23 conflitos foram suficientes para reduzir em15% o PIB africano, isto é, 18 mil milhões de dólares por ano.

Essa quantia poderia resolver a crise da SIDA, prevenir a tuberculose e a malária, fornecer água potável, saneamento e educação.

Mas não são apenas as armas que vêm dos países imperialistas. São também as guerras que são o resultado directo dos interesses imperialistas em controlar importantes recursos naturais.

Nesse sentido, o continente africano reflecte claramente os efeitos da exploração capitalista. Exploração capitalista que absorve toda a riqueza natural do continente, deixando milhões de pessoas à mercê de uma morte lenta e agonizante, mostrando que o capital, através dos seus agentes imperialistas, é o responsável pelos mais hediondos crimes contra a humanidade.

Assim, a solidariedade internacional com os povos de África é também uma batalha dos explorados contra o poder do capital.

Porque o capital, para melhor concentrar os seus lucros em níveis nunca antes atingidos, leva à guerra e à miséria a grande maioria da população mundial e revela, pelo abandono e massacre da infância, a face mais cruel e mais desumana do modelo de sociedade que impõe.

Os comunistas portuguesas, solidários com o sofrimento dos povos de África permanentemente espoliados dos seus bens e dos seus direitos, afirmam o seu empenhamento solidário com todos os povos de África, independentemente da etnia, religião ou cultura, como condição necessária e possível para a paz e melhores perspectivas de vida para a humanidade.

Em África, como aqui, é crucial o combate ao ilegítimo poder imperial que, com o fito no lucro, destrói as condições de sobrevivência do Planeta e promove os mais cruéis genocídios da história da humanidade.

* Luís Vicente Biólogo, Professor universitário [Voltar ao inicio desta nova]

RESOLUCIÓN FINAL DO II ENCONTRO GALEGO DE SOLIDARIEDADE CON CUBA

Resolución Final dos II Encontros que se aprobou as iniciativa do PCPG.

"As persoas e organizacións que integramos o movemento de Solidariedade con Cuba en Galiza, convocadas pola Asociación de Amizade Galego-Cubana “Francisco Villamil” ao II ENCONTRO GALEGO DE SOLIDARIEDADE CON CUBA, celebrado o dia 24 de Novembro de 2007 en Santiago de Compostela:

1.-Constatamos e denunciamos a agresividade do goberno dos USA, que se reforza contra Cuba utilizando todo tipo de medios para tentar de socavar a súa Revolución e o lexítimo dereito de autodeterminación do seu povo, ignorando e desafiando as resolucións da Asemblea Xeral da ONU que repetidamente e por abrumadora maioría esixen o cese do criminal Bloqueo imposto contra ese país irmán desde hai máis de 47 anos.

2.-Condenamos e denunciamos a actitude de vasalaxe dos gobernos aliados dos USA, que renuncian, mesmo, a unhas relacións internacionais soberanas e se alinean co imperialismo ianqui contra a Revolución e o heroico povo cubano.

3.-Os/as presentes neste II Encontro Galego de Solidariedade con Cuba reafirmamos a nosa vontade unitaria, que se debe concretar progresivamente nunha mayor coordenación, intensidade e capacidade de acción a favor do Povo Cubano, da súa Revolución e da súa Soberanía, sen perxuizo da lóxica autonomia das organizacións e colectivos que integran o noso. movemento.

4.-O II Encontro Galego de Solidariedade con Cuba considera necesario contrapoñer toda a nosa capacidade creativa e pedagóxica para combater o bloqueo informativo, a manipulación das consciencias e a difamación existente sobre a realidade de Cuba Socialista, ás que nos someten os poderes do sistema. Para o que é preciso, de maneira especial, incidir naqueles aspectos que mellor demostren o carácter emancipador, humanista, democrático e popular do proxecto revolucionario cubano.

Temos que contrarestar, especialmente, a versión que sobre Cuba dan os medios de comunicación capitalistas, sensibilizando (de xeito coordenado) aos nosos/as traballadores/as e sectores populares coa nosa propia información (difusión de manifestos, convocatoria de actos e debates, revistas, radios libres, etc.)

5.-Os/as que participamos neste II Encontro Galego de Solidariedade con Cuba comprometémonos a retomar, promover e manter a pleno rendemento as accións e mobilizacións populares de apoio a Cuba e de condena ás agresións imperialistas contra o seu povo, traballando pola consecución de máis colaboración e apoio de outros colectivos e organizacións sociais, políticas e sindicais.

6.-As organizacións que participamos neste Encontro chamamos actuar, de xeito coordenado, coas institucións e organismos galegos e cubanos, e segundo as necesidades e posibilidades existentes, para conseguir e vehiculizar o apoio económico a proxectos de cooperación con Cuba así como co traballo de recollida de medios materiais para o seu envío á Illa.

7.-O II Encontro Galego de Solidariedade con Cuba chama tamén a promover e apoiar os intercambios culturais ou científicos entre os povos galego e cubano, irmandamentos entre povos, vilas e cidades dos nosos respectivos países, así como a extender e reforzar en Galiza as experiencias do brigadismo solidario, baseadas na ideas da solidariedade internacionalista e do traballo voluntario.

8.- Como se expresa na ponencia sobre os cinco aprobada neste Encontro:

“A situación dos cinco compañeiros cubanos que levan 9 anos nas cadeas de EE.UU. é un atentado que sofren eles, a República de Cuba e a solidariedade internacionalista.

A presión para conseguir a súa liberdade debe concentrarse de xeito principal na opinión pública estadounidense, pero nos países e estados que teñen relación coa potencia que controla o mundo, debe haber accións que contribúan ao coñecemento da situación e a crear un clima favorábel para a súa posta en liberdade”....

Fronte ao “silencio cómplice por parte dos medios de comunicación de grandes tiraxes ou audiencias hai que actuar” ..mediante ..“ a Creación a nivel galego dun “Comité pola liberdade dos 5” que coordine actos para dar a coñecer a súa situación e sensibilice á sociedade, incidindo nas organizacións populares, nos sectores da xudicatura e nas institucións”.

9.-Todos os presentes neste II Encontro Galego de Solidariedade con Cuba asumimos, neste ano do 40 aniversario do asasinato do Ché Guevara, e como mellor homenaxe, estes compromisos e acordamos facer un seguimento da concreción dos mesmos até a realización dos próximos III Encontros. [Voltar ao inicio desta nova]


7º ENCONTRO DA S. EUROPEA DA FSM. BARCELONA,23-24 DE NOVEMBRO 2007

Corenta delegacións participaron no 7º encontro anual da Sección Europea da Federación Sindical Mundial (FSM) que se realizou en Barcelona os días 23 e 24 de novembro. Dúas delegacións sindicais da CUT e da CIG represesentaron a Galiza traballadora neste importante foro.

A xornada do 23 de novembro xirou en torno á revisión das actividades realizadas pola FSM e acerca da preparación do plan de acción para 2008 e no día posterior celebrouse o seminario que afondou no tema: “O papel das mulleres en Europa”, que deu continuidade a reunión de setembro...no que participaron sindicalistas galegas. Reproducimos a seguir as intervencións da sindicalista galega CIG, Maria Carme L. Santamariña, Secretaria Confederal da Muller dese sindicato, así como a do representante grego Pontikos George.

Polo seu interese, publicamos tamén a da compañeira Maruchi Álvarez, que representou á CUT na Conferencia Internacional sobre a Muller da FSM realizada o pasado 8 de setembro.
.
.......................................................................................................................................................
Premer aquí para ler a importante intervención do camarada
Pontikos George, representantente de Grecia
.......................................................................................................................................................
.

................................... .................................................. ....................................................

Análise da situación da muller traballadora en Europa

Mª Carme López Santamariña, secretaria confederal da Muller da CONFEDERACIÓN INTERSINDICAL GALEGA (CIG)
...................................................................

En primeiro lugar quero agradecer a oportunidade que nos brinda a FSM por convidarnos a esta Xornada, e agradecer a posibilidade de que a central sindical á que represento, a Confederación Intersindical Galega, poida expor aquí as súas propostas ante os problemas cos que se enfrontan as mulleres traballadoras. Por todo elo grazas.

A incorporación das mulleres ao mundo laboral, é unha realidade cada vez maior, mais segue a ser hoxe en día un camiño cheo de obstáculos e limitacións. As mulleres somos excluídas do mercado laboral e discriminadas simplemente polo feito de pertencer ao xénero feminino. Máis aínda, na etapa actual de globalización neoliberal, de centralización e concentración da riqueza, de imperialismo, e polo tanto de recolonización e de aumento da dependencia.

Neste contexto, desde antes ate hoxe, en comparación ca os homes, temos menos posibilidades e menos dereitos no acceso e exercicio do emprego. Nestes momentos podemos gozar dunha mellora notábel no enfoque lexislativo ou político en canto á implantación da igualdade de oportunidades, pero aínda se producen e manteñen as prácticas de desigualdade e discriminación sobre todo no mundo laboral.

Non obstante, as mulleres e os homes que participamos no mundo sindical debemos aproveitar os avances que se están a dar en canto á introducción de medidas relacionadas co xénero e a igualdade de oportunidades, xa que este marco legal sitúa no marco da negociación colectiva a adopción de medidas concretas en favor da igualdade nas empresas, para que sexan as partes, as que acorden o seu contido.

A lexislación actual en materia de igualdade menciona o acceso ao emprego e ás condicións de traballo, na clasificación profesional, promoción e formación, entre as materias nas que se poderían estabelecer medidas concretas de acción positiva, propostas que desde a nosa central viñamos tempo presentando nas mesas de negociación, e que agora teñen carácter normativo. Estas materias, non obstante, non son as únicas medidas que deberemos negociar, xa que antes deberemos detectar e eliminar posíbeis situacións discriminatorias.

Os sindicatos debemos incluír, por tanto, entre os nosos obxectivos prioritarios para mudar a situación das traballadoras, a negociación de MEDIDAS DIRIXIDAS A PROMOVER A IGUALDADE DE OPORTUNIDADES:

• Medidas de acción positiva.

• Cambios na redacción do convenio colectivo para adaptalo á nova normativa e garantindo que en ningún ponto do seu articulado conteña unha regulación inferior ao legalmente estabelecido.

• Revisando a linguaxe empregada, poñendo especial atención ao emprego de linguaxe sexista.

• Incluíndo accións formativas en igualdade de oportunidades.

• Establecer sistemas obxectivos para os procesos de selección, contratación, promoción e formación.

• Redactar os anuncios de vacantes utilizando termos que animen aos candidatos e candidatas de ambos sexos (Ex: Necesítase licenciada/o en Farmacia).

• Favorecer a selección e promoción de mulleres, sobre todo naquelas ocupacións en que estamos subrepresentadas, co fin de conseguir un maior equilibro na empresa e nomeadamente nos postos de mando e responsabilidade.

• Asegurar que a formación se faga dentro da xornada laboral, sen prexuízo salarial, co fin de non prexudicar os empregados e empregadas con cargas familiares.

• Organizar cursos de formación para mulleres en períodos de suspensión por maternidade ou excedencia por coidado de fillos ou fillas.

• Revisar os criterios utilizados para decidir os ascensos que constitúan discriminación indirecta ao prexudicaren as mulleres pola súa posición estrutural no mercado de traballo (Ex. a dispoñibilidade horaria e xeográfica, a antigüidade).

• Establecer nos convenios colectivos cláusulas que eviten e penalicen o abuso na sucesión dos contratos temporais, limitando as súas causas e a concatenación e volume destes.

• Recoller de forma expresa o principio de igualdade retributiva integrando no concepto retribución toda prestación salarial ou extra salarial que se perciba.

• Garantir o acceso da representación legal dos traballadores e traballadoras aos datos sobre retribucións medias do persoal, desagregados por sexos e grupos ou categorías profesionais.

• Revisar os criterios de adxudicación daqueles complementos salariais que resulten discriminatorios de forma indirecta (Ex. Un plus de penosidade que se identifica co esforzo físico ou un complemento que retribúa a dispoñibilidade horaria e xeográfica beneficia claramente aos homes)

• Evitar a denominación das categorías profesionais cunha linguaxe sexista (Ex: secretaria, limpadora)

• Evitar as táboas salariais que discriminen indirectamente as mulleres ao establecer salarios inferiores para as categorías tradicionalmente feminizadas, ou para as persoas vinculadas por un contrato eventual.

Por outra banda, é preciso estabelecer MEDIDAS DE CONCILIACIÓN que permitan acadar unha plena incorporación da muller ao mundo do traballo en condicións de igualdade, así como facilitar ás traballadoras e traballadores unha compatibilidade do traballo coa vida familiar e persoal:

• Ampliar a idade de lactación.

• Estabelecer no convenio a duración do permiso acumulado de lactación (por exemplo, 15 días naturais).

• Ampliar a duración do permiso de paternidade.

• Garantir que o período de excedencia compute para todos os efectos, tanto de antigüidade como promocionais ou para a xeración de complementos retributivos.

• Ampliación da reducción de xornada a quen teña ao seu coidado fillos/as menores de 12 anos.

• Negociar e incluír no convenio a flexibilización de xornada por motivos familiares, que poderá ser solicitada por todo o persoal con fillos/as acollidos/as menores de 12 anos, ou familiares conviventes que, por enfermidade ou por avanzada idade, precisen da asistencia doutras persoas, sempre que se faga dentro dun horario de referenza, determinado en cada caso, por petición da persoa interesada e oída a representación legal do persoal, cando as necesidades do servizo o permitan (a persoa interesada poderá cumprir a súa xornada de traballo con absoluta liberdade, sempre que, en cómputo mensual, resulten cumpridas todas as horas mensuais de traballo aplicábeis).

• Recoller un novo permiso polo tempo indispensábel para acompañar aos fillos e fillas ou persoas dependentes, para recibir asistencia sanitaria.

• Permitir o gozo do permiso en caso de doenza grave e hospitalización de forma descontinua.

• Un permiso retribuído polo tempo indispensábel para realizar trámites relacionados coa adopción ou o acollemento provisional ou definitivo.

• No caso da adopción internacional, ou cando sexa necesario o desprazamento previo da nai e do pai ao país de orixe da/o adoptada/o, a traballadora ou o traballador poderán desfrutar dun permiso non retribuído de ate 4 semanas que poderá desfrutarse antes da resolución pola que se constitúa a adopción.

• Recoñecer ao persoal con fillas e fillos, acollidos/as menores de 12 anos, ou con familiares que, polas súas enfermidades ou pola súa avanzada idade necesiten a asistencia doutras persoas, a un permiso retribuído polo tempo indispensábel para o acompañamento nos supostos de accidente ou enfermidade grave.

• Do mesmo xeito, poderán optar por unha licenza de ate un mes de duración, de carácter non retribuída, cando un/unha familiar precise do coidado por enfermidade grave.

• Permiso retribuído para asistir e para acompañar a tratamentos de fecundación asistida e mais para acompañar a exames prenatais e a técnicas de preparación ao parto (con independencia de se se realizan en centros públicos ou privados).

• Dereito a ausentarse dúas horas diarias retribuídas nos casos de nacemento de fillas/os prematuras/os ou que teñan que permanecer hospitalizados/as despois do parto.

Por outra banda, é preciso protexer ás MULLERES TRABALLADORAS VÍTIMAS DE VIOLENCIA MACHISTA, por ese motivo, desde a CIG propoñemos o seguinte:

• Adopción de xornada reducida ou horario flexible.

• Preferencia na solicitude de traslado para ocupar un posto de categoría equivalente en calquera praza vacante doutros centros de traballo, con dereito a reserva do seu antigo posto durante 6 meses.

• Posibilidade de suspender o contrato de traballo por 6 meses, extensibles ata 18 meses.

• Posibilidade de extinguir o seu contrato de traballo, con prestación de desemprego.

• As ausencias ou faltas de puntualidade motivadas pola situación física ou psicolóxica derivada da violencia de xénero consideraranse xustificadas, cando así o determinen os servizos sociais de atención ou servizos de saúde. Nestes casos poderán flexibilizarse os criterios de concesión de préstamos ou anticipos ao persoal para atender situacións de necesidade.

EN DEFINITIVA, desde a CIG demandamos dos poderes públicos un maior compromiso para favorecer a inserción da muller no mundo do traballo, en condicións dignas. Pero para iso non é suficiente coa posta en marcha de medidas que favorezan realmente a conciliación da vida familiar e laboral, ademais de artellar medidas lexislativas que permitan adaptar a realidade social á laboral. É preciso, ademais, que as mulleres incrementemos a nosa participación en tarefas de cambio do noso país, da nosa sociedade. Temos que mudar entre todas o rol tradicional de muller, e adoptar un novo xeito de socialización, defendendo os dereitos que como mulleres acadamos, sendo respectadas sexual, física e psicoloxicamente, non sendo humilladas nin menosprezadas, loitando para que a maternidade non sexa motivo de discriminación laboral, conseguindo recibir igual salario por un traballo de igual valor, e iguais posibilidades de promoción.

As mulleres galegas, catalás, vascas, europeas, as mulleres traballadoras do mundo, temos que loitar por incorporar os intereses estratéxicos relacionados coa igualdade de oportunidades, especialmente aqueles que poidan contribuír á mellora do posicionamento social das mulleres e á construcción dunha sociedade máis igualitaria

......................................... ........................................... ........................................... ................................................

INTERVENCIÓN DE MARUCHI ÁLVAREZ DA CENTRAL UNITARIA DE TRABALLADORES (C.U.T)

“Toda persoa ten dereito, sen discriminación algunha,
a igual salario por traballo igual”

Esta frase, escrita no 1948, forma parte da Declaración Universal de Dereitos Humanos. Despois de case 60 anos segue sen acadarse en case ningunha parte do mundo, esta premisa, tan básica.

Compañeiras e compañeiros:

Un fraternal saúdo desde a Central Unitaria de Traballadores de Galicia. Desde a C.U.T. entendemos a loita sindical, como o binomio necesario da loita de emancipación de clase e de emancipación nacional. Non podería ser doutra maneira nunha nación, Galicia, que se lle segue a negar seus dereitos, loita sindical ademais, solidaria con todos os pobos do Mundo. É por iso que estamos aquí, e é por eso que estamos e compartimos o ideario da F.S.M.

Nos últimos meses tanto no Estado Español como en Galicia estamos a ser testemuñas da aprobación dunha serie de leis, denominadas da igualdade, que teñen como fin axudar a resolver a situación de diferencia entre homes e mulleres que se dan en todos os aspectos da vida “publica” pero fundamentalmente nas relacións laborais. Pero o que nestas reformas neoliberais non se aborda é a raíz do problema.

Para comprender ben a situación salarial da muller traballadora en Galicia compre describir brevemente a nosa realidade. Galicia é un territorio situado ao noroeste da península ibérica, polo que formamos parte da Europa do capital e dos mercaderes. Somos unha nación sen Estado negándosenos o dereito democrático e universal de autodeterminación. Vivimos nun réxime colonial encuberto, onde os sectores primarios, agro e mar, están a ser desmantelados co fin de facer de nós un país unicamente de servicios e de industrias de enclave.

Contamos cunha poboación de case 2.800.000 persoas, segundo datos “oficiais” temos unha taxa de actividade do 50,4%, unha taxa de paro total de 7,6%, que no caso das mulleres chega ate o 10,3%. Case o 45% de traballadores e traballadoras atópanse na industria manufactureira, no comercio e na construcción, polo que o peso específico destes tres sectores na economía é moi elevado.

A situación laboral da muller galega caracterízase por unha difícil inserción laboral, xa que por cada 100 homes empregados hai só 65 mulleres, esto tamén se deduce das taxas de paro que antes expuxemos. A nosa contratación faise, nunha porcentaxe máis elevada a tempo parcial que no caso dos homes, e con contratos temporais, polo que soportamos unha maior precaridade e polo tanto inestabilidade. Consecuencia do exposto é que o salario da muller sexa considerado como secundario ou complementario nos fogares galegos polo que é “prescindíbel” ou non prioritario. Esta consideración é definitiva cando nos atopamos diante dun conflicto.

A diferencia salarial entre homes e mulleres de media anda en entorno ao 27%. Durante anos pensouse que esta diferencia diminuiría a medida que a muller fose adquirindo postos de responsabilidade que dependeran da súa formación, pero esta relación non é tan directa como a priori se previa. No último estudio publicado polo Consello Galego de Relacións Laborais chama a atención que as diferencias salariais entre homes e mulleres sen estudios supera o 45% pero no caso das licenciadas, enxeñeiras ou doutoras esta porcentaxe atópase rondando o 37%.

As ocupacións máis contratadas no ámbito feminino no ano 2006 foron:

Dependentas de comercio.Persoal de limpeza de oficinas, hoteis. Traballadoras das industrias cárnicas e do peixe.

Nos sectores mencionados existe unha media dun 9% entre os salarios masculinos e femininos marcada no proprio convenio colectivo.

Cabe salientar que os datos expostos están referidos a convenios xerais sen entrar na peculiaridade de convenios propios de empresas, onde as diferencia en moitos casos, serían superiores. Representando estes datos a xeralidade das relacións laborais en Galicia.

A conclusión principal do exposto resúmese en que o problema fundamental está no valor que se lle dá ao traballo da muller, fronte ao dos homes sendo o destas moi inferior; polo que a retribución é menor. Outra consecuencia importante é a feminización da pobreza, visto que o poder adquisitivo da muller é inferior ao do home en canto o seu salario tamén é menor.

Non se pode rematar esta ponencia sen poñer de manifesto todo o traballo non retribuído e imprescindíbel para que a sociedade capitalista na que vivimos se manteña, xa sexan a tarefas do fogar ou o coidado de menores e anciás que maioritariamente recae sobre as mulleres e que estas asumen fóra da súa mal chamada xornada laboral.

Compañeiras e compañeiros: Desde a C.U.T. de Galicia vimos a reiterar o noso agradecemento á F.S.M , pola vosa invitación para participar neste Congreso. Estade seguros que en Galicia, tedes un seguro aliado na loita pola emancipación da muller traballadora e por un Mundo sen explotación

Voltar ao inicio desta nova
.

EUSKAL HERRIA: O GUANTÁNAMO ESPAÑOL


Askapena-Euskal Herria, 11 de Decembro de 2007

O Estado español segue ao pé da letra a doutrina ultra reaccionaria da seguridade global; España fixo unha lectura rigorosa da loita contra o terrorismo utilizándoa como arma para asfixiar as reivindicacións do pobo vasco. Aznar foi quen iniciou esta práctica: sospeita xeneraliza, detencións preventivas, ilegalizaciones masivas, privación de dereitos universais, xustiza politizada... España cambiou de goberno pero non de política. Zapatero deu continuidade a esta desatinada política antiterrorista: Todo vale (menos a práctica dos dereitos universais) contra a disidencia vasca.

A partir do 30 de Novembro iniciouse a masiva captura de 46 persoas, militantes da esquerda vasca, que, previamente, foron xulgadas sen garantías procesais e que agora, son encarceradas sen terse ditado aínda a sentencia. É o resultado dunha xustiza punitiva que, desde antes de iniciarse o xuízo, decidira castigar por todos os medios aos encausados.

De que se lles acusa?

No anterior boletín (nº 199) fixemos referencia á peza do macro sumario 18/98 relativa á liberdade de prensa. O feito de ter promovido un órgao publico de información (o diario Egin) que se vendía abertamente nos postos de prensa como calquera outro xornal, supuxo aos seuss promotores unha pena de cárcere de entre 14,18, 19 anos.

Outro dos feitos catalogados como delictuosos, é o de cultivar as relacións internacionalistas. A Asociación Europea Xaki traballou dando a coñecer a outros povos a realidade de Euskal Herria, expresando a solidariedade do noso povo con outros procesos, recibindo e canalizando a solidariedade internacional para coa nosa causa. Os seus obxectivos eran: impulsar as relacións entre as comunidades bascas fóra de Euskal Herria, contrarrestar a intoxicación existente a respecto do noso povo fora das súas fronteiras, dar a coñecer o carácter histórico e político do noso conflito, facer chegar ao resto do mundo a aposta da esquerda vasca por acadar unha solución política e democrática. A sentenza contempla unhas condenas de entre 7 e 11 anos de cárcere por exercer esta actividade.

Foi considerado delicto merecedor de gravísimas condenas o traballar a favor da construción nacional para recuperar a nosa identidade como pobo. Xulgouse como delicto o ter dedicado gran parte da súa vida á promoción do euskara, ou ter traballado no campo socioeconómico para combater a precariedade social e laboral, a promoción da cultura como elemento que favorece a recuperación da nosa identidade?.Os que fixeron todo este traballo organizados en Ekin foron condenados a penas de entre 7 e 13 anos de cárcere.

Xuízo e condena rigorosa mereceron os que traballaron na dinamización do movemento popular a través da Fundación Joxemi Zumalabe. Merece salientarse a orixe desta Fundación. Un economista que foi beneficiario dunha cuantiosa herdanza considerou que debía de derivar eses fondos a dinamizar o rico tecido popular de Euskal Herria ("quero facer algo menos inxusto este mundo que critico"). A Fundación que el puxo en marcha tiña os seguintes obxectivos: formación e asistencia técnica aos movementos sociais, fomento do debate, axuda ao coñecemento mutuo dos diferentes organismos que compoñen o movemento popular vasco, elaborar unha guía con todos eles, poñer medios técnicos e humanos a disposición de todos estes axentes sociais e populares. Os que realizaron esta actividade foron condenados a penas de entre 7 e 10 anos de cárcere.

Como se desenvolveu o xuízo?

Recollemos algunhas das apreciacións feitas polos observadores internacionais que acudiron ás sesións do xuízo.

O tribunal xulgador é un tribunal especial que suspende dereitos por mandamento constitucional, actúa por impulso político.

·A actuación do devandito Tribunal estivo plagada de irregularidades: ocultación de datos á defensa, actitude neglixente á hora de atopar probas que apresentaban como definitivas, confusión nas imputacións de carácter económico ("tras oír ao tribunal, non se sabia se os acusados financiaban a ETA ou era á inversa)...

·Consideraron autoritaria a actitude da xuíz que presidía o tribunal: interromper aos acusados cando expoñían os motivos polos que se negaba a declarar, evitar que os imputados contextualizaran as razóns de seu proceder que estaba sendo xulgado, ignorar e desprezar xurisprudencia superior que é obrigado contemplar ("O que decida o Tribunal Europeu de Estrasburgo a min dáme igual")

·Estimaron a súa perplexidade cando viron que o tribunal practicaba a proba de "peritos expertos e independentes" tomando declaración aos mesmos policías que participaran nas investigacións.

·Horrorizaronse coa actitude displicente do tribunal cando un dos acusados se ergueu e reclamou o seu dereito a preguntar pois un dos "peritos" era o mesmo comandante que participara nas sesións de tortura que lle aplicaran cando o acusado se atopaba detido.

Un dos observadores, o avogado alemán Martín Poel asistiu a varias sesións do xuízo. Ao abandonar a sala resumiu as súas impresións nunha frase lapidaria "temos coñecido procesos sen probas, este é o primeiro xuízo que vemos sen delicto"

A resposta á barbarie

Persoas de todas as idades e condición teñen sido encarceradas antes de que se ditase a sentenza. Se lles impuxo condenas superiores ás que solicitaba a fiscalía. Para moitos deles pode ser cadea perpetua xa que afrontan condeas de 12, 14, 19 anos cando teñen 65,68,72? anos de idade.

As institucións vascas non deron a talla. Como sempre que se atropela os dereitos da esquerda, limitáronse a condeas verbais finxidas. Outro tanto fixo o vasquismo reformista de PNV, EA e Nafarroa Bai. Incluímos neste apartado ao sindicato ELA. Rexeitaron participar na hora de paro que os condeados convocaran para o día 13. Hai outros sindicatos que si van participar neste paro. A esquerda vasca, unha vez máis, está respondendo ao Estado en evidente minoría, pero coa honestidade e coherencia que lle é habitual. [Voltar ao inicio desta nova]

CON CHÁVEZ, COA REVOLUCIÓN BOLIVARIANA. POLO SOCIALISMO!

Bolivarianos mantêm objectivo revolucionario
Publicado no Avante!-PCP

Por uma diferença de 0,78 por cento, correspondendo a 50,07 para o «Não» e 49,29 para o «Sim» no primeiro bloco, e de 2,11 por cento, correspondendo a 51,05 para o «Não» e 48,94 para o «Sim» no segundo bloco, a proposta de alteração a 69 dos 350 artigos da Constituição da República Bolivariana da Venezuela foi chumbada, domingo, nas urnas.

Reagindo à vitória da oposição – que antevendo um resultado negativo se apressou a qualificar o acto de antidemocrático para, depois, se desdizer com a habitual leveza mediática -, o presidente Hugo Chávez saudou a postura serena e democrática do povo no referendo considerando-a um sinal de maturidade, mas lembrou que caso o triunfo tivesse sorrido ao «Sim» por uma diferença tão curta, governo e partidários do projecto de reforma constitucional seriam alvo de uma caluniosa campanha da direita.

Ao analisar os resultados do sufrágio, Chávez disse que quem derrotou a reforma foi a abstenção - cerca de 44,11 por cento, segundo dados oficiais da Comissão Nacional de Eleições -, uma vez que ambos os campos políticos perderam votos relativamente às últimas presidenciais.

Resistir e avançar

Particularmente penalizados pelas faltas de comparência nas assembleias de voto, os bolivarianos, que perderam três milhões de votos face a 2006, têm agora que reflectir sobre as razões da desmobilização eleitoral dos seus apoiantes, sublinhou Chávez, por isso, «vamos ouvi-los e tentar convencê-los de que este projecto é deles e para eles», acrescentou.

O presidente recusa, no entanto, deixar cair o objectivo de construção do Socialismo, projecto que exige «uma batalha longa» e o reforço do actual processo revolucionário bolivariano, aduziu, antes de reafirmar que as transformações sociais em curso não vão ser abandonadas, mas tão somente conformadas com os limites e potencialidades permitidas pelo actual texto fundamental, aprovado por larga maioria em 1999.

Quanto às propostas de alteração levadas a consulta, Chávez afirmou que «por agora» têm que ficar adiadas, mas vão voltar a ser alvo de apreciação popular porque, sustentou, «ali está uma proposta que é positiva, inclusivamente para muitos dos que votaram contra ela».

PC da Venezuela sobre o referendo

«Um episódio da luta de classes»

O Partido Comunista da Venezuela comentou a vitória da oposição no referendo de domingo frisando que «se perdeu uma batalha, mas não a guerra contra o imperialismo».

Em declarações publicadas no Tribuna Popular, o secretário-geral do PCV, Oscar Figuera, disse que «se viveu um novo episódio da luta de classes, do intenso combate ideológico que se desenrola no país relativamente à sua transformação, ao avanço da revolução e dos interesses do povo».

Figuera lembrou a campanha movida pela oligarquia venezuelana, que não hesitou em «manipular velhos e ancestrais medos e preconceitos históricos». «Uma proposta dirigida a aprofundar a democracia, com um conteúdo cada vez mais popular, de transformação do Estado e de reordenamento do território, enfrentou toda uma campanha onde se exploraram os supostos riscos contra a propriedade, um suposto risco contra a família e um suposto risco contra a religião, três valores ancestrais da sociedade capitalista», continuou.

O líder comunista venezuelano rejeitou ainda derrotismos na análise do sufrágio e destacou que «demos um imenso avanço qualitativo na consciência popular, não sendo de menor importância o facto de mais de 4 milhões de venezuelanos terem optado pelo Socialismo no contexto de uma campanha mediática infernal». Por isso, pediu empenho a todos os militantes comunistas alertando que «em todo o processo revolucionário é necessário e insubstituível a existência de um instrumento político e revolucionário e de uma Direcção Colectiva Unificada que conduza a revolução»...Voltar ao inicio desta nova